sábado, 26 de março de 2011

Culto do Pentecostes do dia 26/03/11

Olá Irmãos
Este foi o culto realizado no dia 26 de Março de 2011
Tema da Pregação: Como Deus Ama o Mundo, baseado em João 3:16

Deus te abençoe

Valdolirio Junior
Ministro Encarregado


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Estamos transmitindo através de um novo canal, o Justin.TV
Na barra de transmissão você pode adiantar o para a parte que quiser

quarta-feira, 9 de março de 2011

Deserto e Satanás: no Mundo ou na Igreja?


Deserto e Satanás: no Mundo ou na Igreja?
“...ao deserto, para ser tentado pelo diabo”
(Mt 4:1b)

Começamos com o Rito da Quarta-feira de Cinzas, simbolizando quebrantamento e consciência de pecado, o importante período do Calendário Cristão denominado deQuaresma. Nesses Quarenta Dias a Igreja nos insta a uma viagem interior, a uma introspecção, ao silêncio da alma, para que, nesse sincero autoconhecimento, possamos crescer espiritualmente. Por outro lado, a Igreja nos insta a olhar para a pessoa e a obra de Jesus de Nazaré, o Cristo, Nosso Senhor e Salvador, suas palavras e seus gestos, que respondem à nossa alma. Olhar para dentro e olhar para o alto nos permite ver melhor o resto, que não é tão resto assim, mas, sim, o campo da nossa missão.

Na Palavra de Deus, esse tempo começa com Jesus no deserto sendo tentando por satanás, o resistindo, e sendo servido pelos anjos. Nossa tendência natural é sempre de pensar esse deserto e essa presença satânica “lá fora”“no mundo”. Mas, quando olhamos de perto para as “cascas de banana” e as maquinações dos fariseus, o papelão do Sinédrio, e a tentação de Judas (sem falar na expulsão dos vendilhões do Templo), percebemos que “desertos” e “demônios” se encontram, também e muito, no interior da instituição religiosa e a comunidade, e dentre aqueles “domésticos da fé” bem próximo de nós.

Essa é uma consciência chocante, desnorteante, mas necessária para a compreensão do ministério do mal e das lutas espirituais que somos demandados a travar. No interior do espaço religioso se multiplicam a tentação do poder e dos feitos espetaculares, do servir aos homens como ídolos, falsos deuses, que dividem e ministram o erro e o engano, e que muitos dos “anjos” que parecem nos ministrar, são, no fundo, “anjos do mal”.

Não devemos nos descuidar dos “desertos” e dos “demônios” que continuam lá fora, particularmente, nas falsas religiões e no secularismo, mas, com dor na alma, e muita decepção, abramos os olhos para os “desertos” e os “demônios” que “passeiam” pela Igreja, às vezes mais fortes e nos atingindo mais do que as suas expressões “do mundo”.

Essa tem sido a mais sofrida experiência espiritual de toda a minha vida, notadamente no Episcopado, e que gostaria de compartilhar e advertir nessa Quaresma, com os votos de crescimento espiritual para todo o Clero e Povo da Diocese do Recife, e para todos os que são vitoriosos n’Ele.

Das Cinzas, levantemo-nos como novas criaturas!

Paripueira (AL), 09 de março de 2011,
Anno Domini.

+Dom Robinson Cavalcanti, ose
Bispo Diocesano

segunda-feira, 7 de março de 2011

O Tapete da Fé


.

Por: Richard Phillips

O que é a fé? Em toda a Bíblia, não há resposta melhor do que a do grande capítulo 11 da Epístola aos Hebreus. Em Hebreus 11, um tapete é aberto, retratando grandes exemplos de fé extraídos da narrativa dos heróis do Antigo Testamento.

Nos grandes castelos, tapetes escuros estão pendurados em paredes mofadas para retratar as façanhas dos grandes cavaleiros e senhores do passado, preservando as virtudes e os valores que tornaram grande o reino. Hebreus 11 não é um corredor mofado. É uma calçada espiritual adornada pela tecedura da Palavra viva de Deus, mostrando a fé como a virtude-chave pela qual Deus tornou grande o seu reino. Hebreus 11 é freqüentemente chamado de “Galeria de Heróis”. Mas o verdadeiro herói desse capítulo é Deus, que deu fé aos seus, pela qual homens e mulheres insignificantes fizeram grandes coisas na força dele.

Hebreus 11 mostra que a fé é sobremodo importante porque o povo de Deus é inquietado por fraquezas, pobreza e dificuldades. Essa é a razão por que o versículo 1 nos diz: “Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem”. O contexto para a fé é uma vida em que as coisas são esperadas, mas ainda não vistas ou possuídas. A fé assimila coisas que são prometidas por Deus, mas que por enquanto não se cumprem em nossa experiência. Esperamos por poder em meio à fraqueza; por paz, em meio ao conflito; e por alegria, em meio à tristeza. Por todas essas razões, o povo de Deus necessita de fé para perseverar em um mundo difícil.

O que é, então, a fé? A fé é crer na Palavra de Deus a fim de apropriar-se de coisas que são prometidas e torná-las real em nossa vida. A fé é o modo ou a maneira pela qual possuímos as coisas celestiais na terra. A fé não cria as coisas pelas quais esperamos – isso é o falso ensino de muitos de nossos contemporâneos que usam esse versículo para atribuir poder criativo à nossa fé. Em vez disso, a fé recebe de Deus as bênçãos que ele dá. Deus nos dá perdão, paz e provisão espiritual. Ele promete uma “cidade que tem fundamentos”, na qual viveremos para sempre (Hb 11.10). A fé é a evidência dessas coisas em nossa vida; é a convicção que extrai forças dessas coisas para seguir a Deus.

Quaisquer dúvidas que tenhamos são respondidas não por argumentos raciocinados, e sim pelo exemplo de fé deixado pelas pessoas piedosas recordadas em Hebreus 11. É melhor dizermos que nesse capítulo a fé é personificada por meio do relato do Antigo Testamento. Começamos em Gênesis, na criação – a fé lê o relato da criação e vê que Deus realmente existe (v. 3). Em seguida, temos o relato sobre três heróis antediluvianos, que juntos retratam o padrão de vida de todo crente: pela fé, Abel se achegou a Deus e foi justificado; pela fé, Enoque andou em comunhão com Deus; pela fé, Noé serviu a Deus com obras de obediência.

A maior seção de Hebreus 11 é dada ao patriarca Abraão. Somos informados de quatro coisas que ele fez pela fé. Ele obedeceu a Deus; viveu como um peregrino em uma terra estranha; em idade avançada, ele e Sara geraram o filho prometido por Deus; e, pela fé, ele ofereceu esse filho, Isaque, em obediência à ordem de Deus. Isso é, de fato, uma vida digna, e tudo pela fé!

E assim prossegue. O tapete da fé revela geração após geração dos fiéis de Deus, desde Moisés e Josué, passando pelos juízes, Davi e os profetas e chegando até aos heróis macabeus, que viveram depois da término do Antigo Testamento. Pela fé, eles conquistaram reinos, fecharam a boca de leões e se tornaram poderosos na guerra. Suportaram torturas e permaneceram firmes em face da morte. Juntos, eles provaram que pela fé um crente possui tudo de que precisa para triunfar sobre as piores oposições do mundo.

Hebreus 11 nos diz o que o povo de Deus fez pela fé. O fato notável nestas pessoas não é sua personalidade, ou seu treinamento, ou sua formação. O texto não nos diz que Abraão era um tipo de pessoa talentosa ou que sua personalidade o tornava adequado ao desapontamento. A única coisa que o tornou diferente das outras pessoas foi a sua fé; e, por meio dela, que diferença ele fez para todo o mundo! Como pôde um homem como Moisés, na plenitude de sua vida, virar as costas para o ápice do poder, prazeres e riquezas do mundo? Isso não aconteceu porque ele era uma pessoa de moralidade. Ele fez isso pela fé! Sem fé, nenhum desses heróis de Hebreus 11 teria vivido para Deus da maneira como o fizeram. Mas, pela fé, eles viveram com um poder que o mundo não conhece e obtiveram a salvação que o mundo ignora. Por causa de sua fé, diz o versículo 16, “Deus não se envergonha deles, de ser chamado o seu Deus”.

A fé pode fazer grandes coisas na vida de qualquer crente. Se você vive pela fé em Deus, não importa quem você é ou qualquer outra coisa a seu respeito, você pode fazer diferença para o reino de Deus. O que realmente importa não é a sua força ou a sua fraqueza, o seu treinamento ou a falta deste. Pela fé, você pode ser um herói espiritual. Por quê? Por que há algum poder inerente à fé ou por que ela desencadeará seu potencial oculto? Não, de modo algum. A fé pode fazer grandes coisas por meio de você, nos diz o versículo 6, porque Deus “se torna galardoador dos que o buscam”. A fé obtém seu poder de seu objeto, o Deus salvador que dá graça àqueles que confiam nele.

Se você procurar esses heróis da fé na história secular do mundo antigo, não os achará. Por quê? Porque há algo que a fé não faz. Ela não dá fama e fortuna como o mundo os estima. Esses heróis da fé eram ninguéns aos olhos do mundo, mas foram grandes aos olhos de Deus. A fé deles não os recomendou ao mundo. Muitos deles foram mortos por causa de sua fé. Como acontece freqüentemente, a sua fé ganhou o desprezo do mundo.

Mas observe o versículo 2: “Pela fé, os antigos obtiveram bom testemunho”. Que bom testemunho foi esse? Pela fé, eles foram elogiados por Deus, e não exista nada melhor do que isso. “A fé é a certeza de coisas que se esperam” – é assim que começa Hebreus 11. E podemos esperar algo melhor do que o elogio de Deus – não somente sermos perdoados e recebidos pela fé, embora isso seja essencial, mas também agradarmos a Deus, realmente, com a nossa vida? Pela fé, podemos ter certeza disso.

O que realmente importa em sua vida? Hebreus 11 diz: o que mais importa em sua vida, e na vida de todo crente, é a sua fé. Uma vez que isso é verdade, nada é mais necessário do que alimentar, exercer e desenvolver sua fé. Quando você crê na Palavra de Deus e confia nas promessas dele em meio aos desafios de sua vida, você se introduz neste tapete em que a história da fé ainda está sendo contada. Pela fé, você, assim como Noé, Abraão e Moisés, pode fazer grandes coisas pelo poder de Deus e para a glória dele.

Sobre o autor: O rev. Richard D. Phillips é o pastor principal da First Presbyterian Church of Coral Springs (Flórida) e o autor de Faith Victorious: Finding Strength and Hope from Hebrews.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Exorcismo – Reflexões Sobre o Filme “O Ritual”

Ven. Arc. Rev. João Peixoto (¬)

À semelhança do Ministro Local Elton Roney, que recentemente socializou um artigo (“Sombras do Divino: Da Teologia Anônima à Teologia Cristã”) em que confessa ser um admirador da sétima arte, o cinema, confesso que também tenho a mesma admiração.

Ao tecer comentários, tendo como “mote” de sua abordagem o filme “O exorcismo de Emily Rose”, também aproveito para compartilhar algumas impressões sobre o filme “O Ritual”, tendo como um dos protagonistas o talentoso Anthony Hopkins, ainda em exibição em algumas cidades.

Além do medo que muitas pessoas demonstravam na sala de cinema, com cada cena mais empolgante, três coisas me chamaram a atenção:
a) o ceticismo de um seminarista que precisou “ver para crer” na existência de Deus e do diabo;
b) o apego aos rituais / ritos / instrumentos como necessários à prática do exorcismo;
c) a possessão demoníaca do exorcista.

Não por vocação, mas apenas para se livrar do pai e ter uma justificativa para sair de casa é que o seminarista Michael ingressa no seminário e faz todo o seu curso, que em nada contribui para despertar a sua fé.

Como Tomé, ele precisou ver para crer. No caso da personagem, para crer em Jesus, e mais, também precisou ver para crer na existência do mal que se apossa da vida de pessoas. Que bom que a experiência de ver e participar de um autêntico exorcismo abriu os seus olhos, seu coração e sua vida para entregar-se ao Senhor Nosso.

Mas, ao mesmo tempo, lamentava por muitos que vivem buscando uma experiência sobrenatural para enfim, crer em Deus, não sendo mais suficiente a Palavra revelada e pregada, a Sua revelação pelas obras da criação, nem a transformação operada e testemunhada na vida de muitas pessoas. Tomé sustentou sua incredulidade na ressurreição de Cristo por seis dias apesar do testemunho dos apóstolos e discípulos. Michael sustentou sua incredulidade por toda a sua vida, até então, apesar de tantas evidências da existência de Deus.

Todos nós devemos buscar uma experiência com Deus, mas isto não implica, necessariamente, em momentos cinematográficos. Pior, muitos que têm tal “experiência” dela ficam dependentes sempre buscando novidades da manifestação divina em suas vidas.  “Bem-aventurados os que não viram, e creram” (Jo 20.29). Sem termos visto, acreditamos que  Jesus que está no nosso meio e somos muito felizes por isto.

Quanto ao apego aos rituais, ritos e instrumentos entendo como recursos auxiliares, não necessariamente fundamentais. O filme mostra um excessivo apego em se mostrar objetos sagrados (cruz, p.ex.), água benta, sinal da cruz, leituras bíblicas, etc. O rito de exorcismo existente em nossa Diocese, traduzido do LOC chileno, até se utiliza de muitas destas práticas e gestuais, mas é muito feliz em nos alertar que “...não tem a pretensão de ser uma Liturgia precisa para qualquer ocasião, mas um exemplo com sugestões, dando certas normas quanto a ordem e o modo de atuação”.

Além disso, tem o cuidado de nos mostrar o respaldo desta prática e a fonte de autoridade para assim proceder:

“Cristo, por sua natureza divina e por seu sacrifício vitorioso na cruz, tem todo poder e autoridade para dominar os demônios e espíritos malignos. Ele conferiu esta autoridade à sua Igreja, de modo que todos os que têm fé em Cristo compartilham dela”.

Em síntese, a fé em Jesus e em seu poder credencia a igreja a exercitar a autoridade sobre espíritos imundos. Ritos, instrumentos e gestos, serão bem vindos como auxiliares.

Por fim, a questão mais intrigante: o experiente padre exorcista foi possuído pelo demônio. Isto é possível? Já ouvi comentários que o grande pecado do padre foi acreditar que o poder do demônio era maior que o de Deus para expulsá-lo, pecado este sentido por ele, mas não confessado, daí a sua fraqueza e abertura para sua possessão. Não é meu objetivo aprofundar a questão, já que outros mais doutos podem fazê-lo, mas trazer à reflexão as advertências contidas no evangelho:


“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade” (Mateus 7.21-23).

Ser religioso, ser ativo na igreja, até mesmo ter um cargo pastoral não é garantia de acesso ao reino dos céus. Práticas exteriores não se sobrepõem à necessária conversão interior que se traduz em mudanças exteriores legítimas e não hipócritas. Quantos “prodígios, maravilhas e sinais” têm sido demonstrados por tantos líderes espirituais da moda e que bem poderão retratar a passagem bíblica acima citada. E nós? Podemos dizer “Senhor, Senhor” sem nos atemorizar quanto ao nosso futuro? Pensemos nisto!

Para quem não assistiu ao filme, recomendo. Deus vos abençoe!


¬ Rev. João Peixoto de Siqueira Filho é Presbítero na Diocese do Recife; Coadjutor da Paróquia Anglicana Emanuel, em Olinda-PE e Arcediago Norte da Diocese.
Secretaria Episcopal
Diocese do Recife - Comunhão Anglicana
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