O que eu quero hoje -- e quero muito -- é fazer propaganda de Deus.
Não exatamente escrever uma confissão de fé ou dar um testemunho pessoal sobre Deus. Tampouco quero colocar Deus lá em cima, porque ele já está nas maiores alturas. Quero apenas dizer que ele existe, que ele não morreu, que ele domina sobre tudo e sobre todos. Entendo que a ordem de evangelização dada por Jesus (Mc 16.15) inclui a propaganda de Deus, tanto na época da antiga aliança como na presente época. O desafio é enorme.
Não quero bancar o avestruz, não quero ser simplório, não quero ter a impressão de que todo mundo acredita em Deus, o que não é verdade.
Para muitos só existe a matéria, que “tem poderes tais que consegue produzir a variedade infinita de seres que formam o universo” (Nestor L. Becker). Para outros, Deus é uma invenção humana que serve de refúgio frente à morte. Além destes, há aqueles que declaram a morte de Deus, em nosso cosmo, em nossa história e em nossa existência.
Quero fazer propaganda de Deus porque tenho plena certeza de que “o monte do templo do Senhor será estabelecido como o principal entre os montes” (Mq 4.1). E, assim como os israelitas que não moravam em Jerusalém subiam, todos os anos, para o monte do Senhor, no futuro, todas as nações do mundo farão o mesmo. Trata-se de uma peregrinação muito mais ampla. Não será uma peregrinação nacional, mas multinacional. Os peregrinos serão de diversas etnias e línguas. Do mesmo modo como um judeu entusiasmava o outro a subir à casa do Senhor (Sl 122.1), muitas nações dirão a outras nações: “Venham, subamos ao monte do Senhor” (Mq 42; Is 2.3; Zc 8.21). Mesmo ainda distante no tempo, consigo enxergar essa maior aglomeração da história que vai marcar a plenitude de Deus, quando todo joelho nos céus, na terra e debaixo da terra se dobrará ao nome de Jesus, para a glória de Deus (Fp 2.10). Neste momento a simpática profecia de Isaías se cumprirá:
“A terra se encherá do conhecimento do Senhor como as águas cobrem o mar” (Is 11.9).
O que vai acontecer já aconteceu numa escala bem menor. Por ocasião do êxodo de Israel do Egito e da primeira Páscoa, lá pelo ano 1446 antes de Cristo, não somente os israelitas se ajoelharam e adoraram a Deus (Êx. 12.27), mas também os próprios egípcios caíram de joelhos diante das coisas espantosas que o Senhor estava fazendo (Êx 11.2).
Se Deus não fosse tremendo, sobre-humano e pleno de glória, eu jamais faria propaganda dele! Já que ele é tudo isso e muito mais, atrevo-me a ficar ao seu lado, pois sei que “entre o mundo atual e o mundo vindouro, nesse meio-tempo, Deus trabalha continuamente para estabelecer a sua glória”
(J. I. Packer, teólogo anglicano e professor de teologia no Regent College, em Vancouver, Canadá.)
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