No mês de outubro o Presidente Lula concedeu uma entrevista ao jornal Folha de São Paulo e disse que se Jesus estivesse no Brasil e precisasse governar, ele faria aliança até com Judas Iscariotes. Um humorista disse que um assessor advertiu ao Presidente de que ele precisaria pedir desculpas, pois a sua fala foi muito ofensiva. Então o Presidente pediu desculpas imediatamente. A Judas.
Brincadeiras à parte, a enxurrada de manifestos contrários ao Presidente foi deflagrada rapidamente. Dom Dimas Lara Barbosa, secretário-geral da Confederação Nacional dos Bispos de Brasil – CNBB – disse que Jesus recebia e comia com pecadores sim, mas que nunca fizera aliança com os fariseus. Até mesmo os ateus e agnósticos saíram em defesa de Jesus, dizendo que ele era um homem de conduta ética irrefutável e que foi crucificado exatamente porque não se mancomunou com Judas.
Outra coisa que ficou ainda pior, mas não de todo impossível, foi decifrar quem são os “Judas” da política brasileira com quem o Lula fez as alianças mais nefastas “nunca antes acontecidas na história deste país”. Será que o nosso Presidente Lula se imagina na posição de Jesus? Pelo sim, pelo não, semana passada Hugo Chávez, Presidente da Venezuela, disse quando Lula anunciou a entrada da Venezuela no Mercosul, ele chegou como Cristo, anunciando a boa nova do evangelho...
Mas a incompreensão de quem seja a pessoa de Jesus Cristo e a pureza do Evangelho não passam apenas por Lula e Chávez. Um aluno meu, que também é pastor, disse que um oficial de sua igreja pediu para dar um testemunho e contar uma grande bênção que houvera recebido. O pastor concedeu a oportunidade. O referido oficial contou que o seu filho tinha ligado e avisado que estava sendo levado para a delegacia. A razão era que estava dirigindo um carro sem documento e sem a habilitação de motorista. O pai sai imediatamente e acompanha a viatura. Identifica-se como dono do carro e pai do rapaz. Os guardas liberaram o carro e o rapaz mediante a gorjeta para um “cafezinho”.
Outro dia uma pastora contou como tem sido abençoada na sua congregação. Ela mesma transporta os membros de sua comunidade. Seu carro tem lugar para sete pessoas. Certa feita ela levava 13 pessoas. Contava, entusiasmada, que neste dia não cruzou com um só guarda de trânsito até chegar à congregação. E concluiu: “Irmãos, isso merece um glória a Deus, não é não?”.
Pois eu acho que isso mereceria uma multa no carro e pontos na carteira da pastora. Também o outro pastor deveria tomar a palavra do oficial e dizer que ele deveria lamentar o fato de ser mais um corruptor neste país. Ademais, enquanto houver políticos que pensem como o Lula e crentes que se comportem como aquele oficial e a pastora, o Brasil irá de mal a pior. Que Deus tenha misericórdia de nós!
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¬ Rev. Maurício Amazonas, ose é Presbítero na Diocese do Recife; Presidente do Conselho Diocesano, Pároco da Paróquia Anglicana Jardim das Oliveiras, no Arcediagado Sul, em Recife-PE.
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